Acabar em Pizza

Segundo contam, essa expressão surgiu em São Paulo mediante uma discussão futebolística em que os envolvidos saíram arranhados da conversa. Tempos depois, combinados o amistoso, todos se reuniram numa pizzaria e saborearam uma deliciosa pizza. Daí a expressão alcunhada a esses atos que são abafados a bem de um grupo político, principalmente aqueles que se envolve em falcatruas e são alvos de denuncias, mas, sobretudo, influentes dentro grupo, ou seja “o articulado”. Diria. 

Na política nacional, estadual ou municipal é assim. As denuncias pairam sobre a cabeça de um parlamentar ou um executivo e, se tais denúncias ameaçam a macroestrutura do sistema, logo virá a “operação abafa”. Nesse caso, prepara-se o banquete e aí a opinião do povo não importa. Eles não precisam dizer qual tempero a pizza deve levar. 

Na terminologia da palavra, o nome “candidato”, vem do latim "candidatus", aquele que veste roupa branca, uma idéia de pureza, de brancura, de honestidade, isto é, na antiguidade, para candidatar-se a um cargo eletivo, o cidadão precisava ser candidatus, ou seja, vestir-se de branco, como símbolo de sua idoneidade moral, para ser eleito. Como os tempos mudaram, hoje as vestes desses homens são pretas, azuis, cinzas, etc, uma verdadeira mixórdia. Mesmo assim são os valores da ética e da moral, da imoral e da versatilidade de cada um legislador que ora defende proposições corretas, ora defendem tramoias para livrar a cara de companheiros partidários, de partido ou do sistema. Não é à toa que a palavra Vereador é uma designação tradicional dos países de língua portuguesa. Salve a evolução da palavra! Senão, ninguém mais, ou muito pouco, seria apto a um cargo público. 

E assim, sentam-se ao banquete. A candura inebriada na penumbra não sobressai às vestes pretas dos homens da lei. E mesmo se houvesse uma única pessoa vestida de branco, as pessoas ainda perguntariam: para que vestes brancas?