Coronavírus 'Sistema de saúde entrará em colapso em abril' diz Mandetta

Nesta sexta-feira, 20, O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que até o final de abril o sistema de saúde brasileiro vai entrar em colapso pela epidemia do novo coronavírus. "Claramente, em final de abril nos
so sistema de saúde entra em colapso", afirmou, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. "O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, mas simplesmente não há sistema para você entrar", disse.
Segundo Mandetta, “São Paulo está fazendo o início do seu redemoinho [de transmissão]. A gente imagina que ela vai pegar velocidade e subir nas próximas semanas, 10 dias. A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida, isso vai durar os meses de abril, maio, junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração. O mês de julho deve começar o platô. Em agosto o platô vai começar a mostrar tendência de queda e aí a queda em setembro é profunda, tal qual a de março na China". O padrão de transmissão do vírus é "muito competente", afirmou durante a videoconferência. 
Em entrevista, o ministro foi perguntado sobre o que significava o colapso do sistema e amenizou as palavras. "Temos muitas forças. Se nós não fizéssemos nada, se não aumentássemos a nossa capacidade instalada, se ficássemos parados, olhando, nós teríamos um megaproblema. Porque esse sistema do jeito que ele vem, sem fazer nada… O nosso sistema ainda aguentaria, mesmo com a capacidade instalada normal, por volta de 30 dias", afirmou.
Segundo ele, o governo está trabalhando na busca de soluções como ampliar o número de leitos e centros de tratamento intensivo em diversas cidades. “A Itália não teve tempo de fazer, mas estamos ampliando semana a semana. O sistema pode inflar, crescer, temos espaço, mas precisamos garantir equipamentos, luvas”, disse. Em comparação, Mandeta ressaltou que a Itália, que tem um sistema de saúde mais organizado que o brasileiro, suportou a pandemia por um tempo muito curto em virtude grande quantidade de idosos no país, manifestando preocupação com o Estado do Rio Grande do Sul, que também tem alto índice de população idosa.
"Não é colapso definido que vai ser o colapso. É um quadro que nós temos de saber como enfrentar, onde enfrentar. Adianta abrir leito de CTI em locais que não têm nem caso de transmissão?  Será que teremos uma epidemia em paralelo em todos os Estados? Será que as medidas nos Estados, nas cidades menores, será que as cidades menores não podem ser o grande refúgio dos idosos? Tudo isso está no nosso cenário".
Da redação: Dom Calixto / com informações do Estadão
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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